sábado, 27 de outubro de 2018

One


O infinito é algo que eu não posso alcançar, mas mesmo assim eu o aspiro como o recém-nascido aspira ao leite quando está com fome. Sedento pela expansão, eu não cesso, e procuro a todo instante ir o mais longe que eu posso. Em cada ação, o desejo de superar os meus limites me impulsiona, me instiga, me anima, e ironicamente, também faz com que eu me dê conta de minha finitude. Buscar o infinito é nos depararmos todos os dias com os nossos limites, ficar face a face com a nossa própria impotência, ouvir a gargalhada nefasta da nossa própria condição ecoando em nossos ouvidos, perturbando a nossa paz de espírito, nos tirando o sono. É como se você jogasse esperançoso um raio de luz para um espelho, e como recompensa recebe-se o reflexo desse raio nos seus olhos, te cegando. Quem é corajoso e louco o bastante pra viver nessas condições? Talvez buscar o infinito e essa expansão constante seja uma tolice, mas fincar nossas raízes sobre a terra e nos deleitarmos com o comodismo, ah! Esse sim é o pior pecado de todos!

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